O valor do seguro de um mesmo carro varia até 112% na cidade de São Paulo conforme o perfil de risco do cliente. É o que mostra levantamento com as 16 principais seguradoras do mercado feito para a Folha pela corretora Brasil Insurance.

De acordo com o estudo, o perfil avaliado como de menor risco pelas empresas (e que paga menos pelo seguro) é o da mulher casada, com mais de 30 anos, habilitada há mais de três anos, que não trabalha nem divide o carro com jovens até 25 anos e que tem garagem em casa.

Entre todos os fatores, a idade é o que mais influencia o preço do seguro, diz Cláudio Royo, da Brasil Insurance. “O jovem até 25 anos usa mais o carro, pois vai a faculdade, academia, balada, o que expõe mais o veículo a roubo.”

Ney Dias, diretor-geral do Itaú Seguros de Auto e Residência, diz que o jovem de 18 anos tem oito vezes mais chances de se envolver em um acidente do que o de 25.
“As colisões de homens nessa faixa também costumam ser mais violentas do que as de mulheres.”

Um casal com filhos nessa faixa etária também vai pagar mais caro pela apólice, porque as seguradoras entendem que há mais risco mesmo que o jovem só use o carro no fim de semana.

O corretor independente Adilson Quintino acrescenta que os solteiros pagam até 5% mais do que os casados –e os divorciados, 1,5% mais. “As seguradoras entendem que solteiros e divorciados saem mais à noite e viajam mais que casados –que, por sua vez, tendem a ser mais prudentes ao volante pela preocupação com a família.”

OUTROS FATORES

O preço da apólice também pode subir conforme a localização da residência ou do trabalho do segurado.

O estudo da Brasil Insurance mostra que um jovem de 25 anos solteiro da zona leste da capital paga 21% mais pelo seguro do que um que mora na região central. “Áreas sem um policiamento forte e com menos estacionamento disponível têm seguro mais caro”, diz Dias, do Itaú.

“Isso também ocorre com regiões próximas à saída da cidade, nas quais o ladrão tem como escoar rapidamente o veículo roubado.”

Não ter garagem em casa eleva o valor em até 8% e a falta de estacionamento no trabalho, em até 12%. Abrir mão do alarme deixa o seguro até 7% mais caro.

MOVIMENTAÇÃO

A profissão também pode afetar o preço, afirma Jabis Alexandre, diretor de Automóvel do Grupo BB-Mapfre. “Um médico se desloca mais do que alguém que trabalha em horário comercial e deixa o veículo estacionado no escritório, por isso paga mais.”

Atualizar sempre as informações cadastrais (como endereço e estado civil) é importante para aproveitar preços menores, segundo os especialistas.

Fonte: Folha de S. Paulo